quarta-feira, agosto 20, 2025


Trump envia navios de guerra para Venezuela por promessa de combate às drogas

Presidente americano também pressionou Claudia Sheinbaum a cooperar mais em matéria de segurança do que seu antecessor, sendo mais agressiva na perseguição aos cartéis mexicano

Os Estados Unidos estão enviando três contratorpedeiros com mísseis guiados Aegis para as águas ao largo da Venezuela, como parte dos esforços do presidente Donald Trump para combater as ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos, de acordo com um funcionários americanos informados sobre o plano. O USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson devem chegar em breve, disse o funcionário, que não estava autorizado a comentar e conversou com a agência The Associated Press nesta terça-feira, 19, sob condição de anonimato. Um funcionário do Departamento de Defesa confirmou que os navios foram designados para a região em apoio aos esforços de combate às drogas. O funcionário disse que os navios seriam enviados para permanecer “ao longo de vários meses”.

A implementação de contratorpedeiros e pessoal dos EUA ocorre no momento em que Trump pressiona pelo uso das Forças Armadas dos EUA para impedir os cartéis que ele culpa pelo fluxo de fentanil e outras drogas ilícitas nas comunidades americanas e pela perpetuação da violência em algumas cidades dos EUA. Trump também pressionou a presidente mexicana Claudia Sheinbaum a cooperar mais em matéria de segurança do que seu antecessor, sendo mais agressiva na perseguição aos cartéis mexicanos. Mas ela traçou uma linha clara quando se trata da soberania do México, rejeitando sugestões de Trump e outros de intervenção das Forças Armadas dos EUA.

Em fevereiro, Trump designou o Tren de Aragua da Venezuela, o MS-13 em El Salvador e seis grupos baseados no México como organizações terroristas estrangeiras. O governo republicano também intensificou a fiscalização da imigração contra supostos membros de gangues. A designação é normalmente reservada para grupos como a al-Qaeda ou o Estado Islâmico, que usam a violência para fins políticos – não para redes criminosas focadas em dinheiro, como os cartéis latino-americanos. Mas o governo Trump argumenta que as conexões internacionais e as operações dos grupos – incluindo tráfico de drogas, contrabando de migrantes e ações violentas para expandir seu território – justificam a designação.

O Ministério da Comunicação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Na segunda-feira, 18, o ditador venezuelano Nicolás Maduro disse que os EUA aumentaram suas ameaças contra a Venezuela e anunciou que iria ordenar a mobilização de mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o país. Composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais, a Milícia foi criada pelo ditador Hugo Chávez, morto em 2013, e tornou-se posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

“O império enlouqueceu e renovou suas ameaças à paz e à tranquilidade da Venezuela”, disse Maduro em um evento em Caracas, sem mencionar nenhuma ação específica. No início deste mês, o governo Trump anunciou que dobraria para US$ 50 milhões a recompensa pela prisão de Maduro, acusando-o de ser um dos maiores narcotraficantes do mundo e de trabalhar com cartéis para inundar os EUA com cocaína misturada com fentanil.

Maduro foi indiciado em um tribunal federal de Nova York em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, junto com vários aliados próximos, sob acusações federais de narcoterrorismo e conspiração para importar cocaína. Na época, os EUA ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões por sua prisão.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO –  AGÊNCIA ESTADO

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