domingo, outubro 5, 2025


Trabalhadores por aplicativos quase triplicam em 10 anos e já representam 2,1% da população ocupada

Dados do Banco Central mostram que modalidade mudou o mercado de trabalho de forma estrutural

O número de trabalhadores por aplicativos — que inclui motoristas de Uber e 99, além de entregadores do iFood e outras plataformas — cresceu 170% em 10 anos e transformou estruturalmente o mercado de

“O número de trabalhadores por aplicativos tem apresentado crescimento robusto. Esse avanço foi impulsionado pelo surgimento de novas tecnologias e pelo baixo custo de entrada nesse tipo de atividade”

Segundo dados da PNAD Contínua, entre 2015 e o segundo trimestre de 2025, enquanto a população ocupada no país cresceu cerca de 10%, o número de trabalhadores por aplicativos — grupo formado por profissionais em plataformas digitais de transporte de passageiros e entrega em domicílio — aumentou de 770 mil para 2,1 milhões, 170%.

Entre 2015 e 2017, o crescimento foi mais acentuado nos serviços de transporte de passageiros. De 2017 a 2021, o dinamismo foi maior nos serviços de entrega em domicílio.

Impacto de até 0,8 p.p na ocupação do mercado de trabalho

O estudo do Banco Central realizou dois exercícios para avaliar se o avanço do trabalho por meio de plataformas digitais representa uma mudança estrutural no mercado de trabalho.

No primeiro, os impactos estimados entre 2015 e o segundo trimestre de 2025 foram um aumento de 0,8 ponto percentual (p.p.) no nível de ocupação, 0,2 p.p. na taxa de participação e uma queda de 0,6 p.

No segundo exercício, os efeitos sugeridos foram semelhantes sobre o nível de ocupação (0,7 p.p.), mais intensos sobre a taxa de participação (0,6 p.p.) e um pouco menores sobre a taxa de desocupação

A conclusão é que o crescimento extraordinário do número de trabalhadores por aplicativos resultou em elevação do nível de ocupação e da taxa de participação, além de uma redução da taxa de desocupação.

Apesar do crescimento expressivo, a participação desses trabalhadores ainda é relativamente pequena: passou de 0,8% para 2,1% da população ocupada (PO) entre 2015 e 2025, e de 0,5% para 1,2% da população ocupada (PO) entre 2015 e 2025, e de 0,5% para 1,2% da população em idade de trabalhar (PIT) no mesmo período.

O Banco Central destacou que esse fator, aliado à mobilidade dos trabalhadores e ao prêmio salarial associado à troca de ocupação, ajuda a explicar o mercado de trabalho aquecido no Brasil. A autoridade analisa o cenário para avaliar a decisão de subir, reduzir ou manter a taxa de juros.

A EXAME mostrou que Brasil chegou ao “pleno emprego” com a informalidade na mínima e alta na renda do trabalhador. Os dados do BC reforçam esse cenário com o detalhamento das atividades que ganharam força nos últimos anos.

Essa resiliência do mercado de trabalho nos últimos anos é apontada por economistas como um dos aspectos para o crescimento da atividade econômica brasileira acima da expectativa dos agentes de mercado.

FONTE: EXAME.COM

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