terça-feira, agosto 19, 2025


Presidente do Senado Alcolumbre articula legalização de cassinos com jogo do tigrinho em alta

Alcolumbre tenta aprovar PL que legaliza cassinos, bingos e jogo do bicho, enquanto o jogo do tigrinho lidera entre os brasileiros nas plataformas online.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), iniciou uma ofensiva política em junho com o objetivo de colocar em votação ainda neste semestre o Projeto de Lei 2.234/2022, que legaliza bingos, cassinos, jogo do bicho e outras modalidades de jogos no Brasil.

A movimentação acontece às vésperas do recesso parlamentar, previsto para começar em 18 de julho, e inclui reuniões com líderes partidários da base e da oposição. O projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado há um ano, mas não encontrou apoio para ser votado no plenário da casa.

Os defensores do projeto destacam que a regulamentação dos cassinos e bingos poderá gerar até R$ 20 bilhões por ano em impostos e criar mais de um milhão de empregos diretos e indiretos. Eles também argumentam que o Brasil já convive com um mercado ilegal altamente lucrativo e controlado por organizações criminosas. Para o relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), “regulamentar é garantir fiscalização e proteção à nossa sociedade”.

A proposta é especialmente bem recebida por setores ligados ao turismo. O Ministério do Turismo, por exemplo, vê nos cassinos integrados a resorts uma possibilidade de atrair visitantes internacionais e fomentar a economia local.

Outro argumento de peso é o comportamento do consumidor brasileiro nos cassinos online, já legalizados. Dados da KTO, uma das bets autorizadas a operar no país, revelam que os jogos de slots dominam o mercado na categoria: em abril de 2025, representaram impressionantes 93,09% das atividades no cassino da plataforma.

O jogo Fortune Tiger, conhecido popularmente como “jogo do tigrinho”, liderou com 48,86% de popularidade entre os slots no site de apostas. Outros títulos como Fortune Rabbit (43,49%) e Fortune Dragon (34,93%) também figuram entre os mais jogados, demonstrando uma clara afinidade do público brasileiro com esse tipo de entretenimento digital.

Apesar do empenho do presidente do Senado, o projeto enfrenta resistência de setores conservadores. Essas alas argumentam que a legalização pode agravar a crise de ludopatia no país e facilitar crimes como a lavagem de dinheiro — não por acaso um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve como objetivo identificar o peso das apostas nos gastos das famílias brasileiras.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos principais críticos, afirmou que a aprovação “será uma tragédia sem precedentes”. Ele cita dados da recente CPI sobre as apostas, que contou inclusive com o depoimento de influenciadores ligados à divulgação do jogo do tigrinho.

O Projeto de Lei 2.234/2022 regulamenta a exploração dos jogos no Brasil, definindo regras rigorosas para sua operação. A proposta permite a instalação de cassinos apenas em resorts ou embarcações com estrutura turística adequada, limitando sua quantidade a um por estado, com exceções para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas e Pará, que poderão ter mais unidades devido à extensão territorial e populacional.

Os bingos permanentes serão autorizados exclusivamente em casas especializadas ou em estádios de futebol, com o número de estabelecimentos proporcional ao tamanho da população municipal. O jogo do bicho será legalizado, mas exigirá autorização específica do governo. Máquinas de apostas deverão ser registradas e submetidas a auditorias periódicas.

Já as apostas em corridas de cavalos continuarão sob controle de entidades de turfe. O projeto também cria dois tributos exclusivos, a Tafija e a Cide-Jogos, e proíbe o uso de dinheiro vivo ou Pix, permitindo apenas cartões de crédito, banidos nas apostas online.

A discussão sobre a legalização dos cassinos físicos no Brasil se torna cada vez mais urgente à medida que o jogo do tigrinho e outras modalidades ganham espaço nas plataformas digitais. O Senado agora se vê diante de uma encruzilhada: atender à crescente demanda popular e às oportunidades econômicas ou preservar o status quo diante dos riscos sociais levantados pela oposição.

Enquanto isso, os jogadores continuam girando a sorte em seus celulares, especialmente nos slots do tipo jogo do tigrinho, que, mesmo sem regulação física, já se consolidaram como a preferência nacional.

FONTE: AGÊNCIA SENADO

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