Criação de bovinos para corte, cultivo de café e serviços domésticos estão entre as principais atividades exploradas por empregadores
O Ministério do Trabalho e Emprego atualizou, na segunda-feira (6), a chamada “lista suja” do trabalho análogo à escravidão. Os nomes de mais 159 empregadores foram adicionados ao documento, sendo 101 pessoas físicas e 58 pessoas jurídicas, totalizando 1.530 cadastros.
Segundo a pasta, a “inclusão de pessoas físicas ou jurídicas no Cadastro de Empregadores acontece somente após a conclusão do processo administrativo que analisou o auto de infração por trabalho análogo ao de escravo”. Para que o nome seja adicionado, é necessário que a autuação tenha sido considerada válida em decisão final, sem possibilidade de recurso.
Do total de novos empregadores, oito foram inseridos na lista em razão de trabalho análogo à escravidão em serviços relacionados à construção civil. As atividades com maior número de inclusão, no entanto, foram a criação de bovinos para cortes (20), serviços domésticos (15) e cultivo de café (9). Minas Gerais e São Paulo lideram os registros, com 33 e 19 trabalhadores resgatados da exploração, respectivamente.
Além da inclusão de novos nomes, a atualização contou com a exclusão de 184 empregadores da lista. Isso porque os cadastros completaram dois anos — prazo máximo para permanecer no documento. Também há a possibilidade de deixar a lista por questão judicial.
Em 2024, o Brasil registrou o maior número de denúncias de trabalho análogo à escravidão da história do país. Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania mostraram que 3.959 denúncias foram recebidas durante o ano, número 15,4% superior ao registrado em 2023 e o maior desde que o Disque 100 foi criado, em 2011. Ao todo, 2.004 trabalhadores foram resgatados pelas autoridades.
FONTE: SBT NEWS