A saída de Israel ocorre após o governador ter permanecido voluntariamente no país desde o início da tensão militar
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), anunciou nesta quarta-feira (19) que deixou Israel e já está em território jordaniano, após permanecer por vários dias no país em meio à escalada do conflito com o Irã. Rocha afirmou que está em segurança e que segue acompanhado da equipe do Consórcio de Governadores do Brasil Central.
A saída de Israel ocorre após o governador ter permanecido voluntariamente no país desde o início da tensão militar, mesmo tendo oportunidade de deixar a região ainda na segunda-feira (17), junto com outras autoridades brasileiras que foram repatriadas pelo Governo Federal via Jordânia. À época, Rocha justificou que cedeu seu lugar a pessoas que supostamente precisariam de medicamentos ou assistência médica, embora nenhum dos repatriados tenha relatado problemas de saúde.
Durante sua permanência em solo israelense, o governador transmitiu lives de dentro de um bunker, concedeu entrevistas e usou as redes sociais para justificar a viagem oficial. Até o último sábado (14), os gastos da comitiva já somavam quase R$ 500 mil em diárias e passagens, incluindo a presença de duas servidoras: a chefe de gabinete e a chefe de agenda do governador. A diária de Marcos Rocha em Israel é estimada em cerca de 800 dólares.
Em Rondônia , a decisão do governador de permanecer em Israel gerou ampla repercussão negativa nas redes sociais, com críticas e questionamentos sobre a real necessidade da viagem e o alto custo para os cofres públicos. Diante da ausência prolongada, a Assembleia Legislativa de Rondônia aprovou, em tempo recorde, a Emenda Constitucional nº 174/2025, que autoriza o governador a exercer suas funções remotamente, mesmo fora do território nacional.
A mudança constitucional impediu a posse do vice-governador Sérgio Gonçalves, em meio a uma crise interna no governo envolvendo denúncias de espionagem política e suposto uso indevido da Polícia Civil, a partir da estrutura da Casa Civil, chefiada por Elias Rezende, atualmente indiciado em inquérito policial.
Ao anunciar sua saída de Israel, Marcos Rocha agradeceu o apoio das representações diplomáticas brasileiras na Jordânia e em Israel, bem como o governo israelense e seus representantes no Brasil. “Seguimos firmes na missão de representar nosso povo, certos de que a diplomacia, o diálogo e a cooperação constroem pontes sólidas entre as nações. Que Deus continue a nos proteger e conduzir cada passo”, escreveu.
FONTE: TUDO RONDÔNIA