quinta-feira, maio 29, 2025


Câmara dos Deputados aprova urgência do PL que inclui facções em atos de terrorismo

Texto, que se inspira em medidas de Trump nos EUA, foi apresentado pelo deputado Danilo Forte (União-CE) e pode ser votado no plenário a qualquer momento, sem necessidade de tramitar pelas comissões 

Nesta segunda-feira (26), a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para a discussão de nove projetos, entre eles, um que propõe classificar organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, como entidades terroristas. Este projeto, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), surge em resposta às crescentes ameaças que essas organizações têm imposto a empresários de diversos setores. No Ceará, por exemplo, operadoras de internet enfrentam uma crise sem precedentes, com empresários sendo ameaçados e seus veículos atacados, o que, segundo Forte, caracteriza um tipo de terrorismo praticado pelo crime organizado.

O principal objetivo do projeto é endurecer as penas para crimes cometidos por essas organizações, ao classificá-las como terroristas. No entanto, a proposta não está isenta de críticas. A oposição na Câmara dos Deputados, que está discutindo a PEC da segurança pública e a criação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), argumenta que o tema do antiterrorismo não deveria ser incluído na PEC. Apesar das divergências, o projeto busca avançar com a intenção de tratar as organizações criminosas como terroristas, especialmente à medida que o crime organizado se expande para diferentes áreas, incluindo condomínios de alto padrão, onde empresários são coagidos a prestar serviços.

Ao justificar o projeto de lei, o autor menciona as medidas tomadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. “Essa medida visou permitir que as autoridades americanas utilizem ferramentas e recursos tradicionalmente empregados no combate ao terrorismo para combater o crime organizado”, justificou Forte.

Por outro lado, o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a iniciativa e prometeu amplo diálogo antes da votação do mérito do PL. “Vamos, sim, priorizar a pauta da segurança, e queremos contar com o apoio do governo, dos partidos de oposição. Vamos fazê-lo dentro da lei, respeitando a nossa Constituição, respeitando o Estado Democrático de Direito, mas não deixando de reconhecer que a situação da segurança pública no país é gravíssima”, afirmou.

Historicamente, no Rio de Janeiro, moradores de comunidades eram forçados a adquirir produtos e serviços do crime organizado. Atualmente, essas práticas se expandiram para outras regiões e setores, demonstrando a necessidade de uma resposta legislativa robusta. O projeto de lei visa combater o avanço da criminalidade e evitar que essas práticas se enraízem ainda mais na sociedade. A expectativa é que a prevenção e a classificação dessas organizações como terroristas sejam estratégias eficazes para retomar o controle e impedir a expansão do crime organizado. A discussão sobre o projeto continua na Câmara dos Deputados, com a expectativa de que, uma vez aprovado, possa seguir para o Senado.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

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