quinta-feira, abril 17, 2025



Brasil exporta carne para 168 mercados; China lidera ranking, com US$ 7 bilhões

Na sequência, vêm Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, União Europeia e Japão; conheça o processo de exportação

Atualmente, o Brasil exporta carnes — bovina, suína, avícola e afins — para 168 mercados. O ranking é encabeçado pela China, que em 2024 comprou ao menos US$ 7 bilhões. Na sequência, vêm Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, União Europeia e Japão. Em sua última viagem internacional, realizada em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a abertura do produto para o mercado vietnamita.

A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileira, atrás da soja, do petróleo bruto e minério de ferro. O valor somado dos cinco maiores compradores de carnes brasileiras em 2024 foi de quase US$ 13,3 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária.

No fim de março, Lula realizou uma viagem internacional à Ásia e visitou o Vietnã, onde fechou acordo e anunciou a abertura do mercado de carne brasileira para o país. Em 2025, o Vietnã já figura como o quarto maior destino das exportações dos produtos da agropecuária brasileira, respondendo por 3,2% do que foi comercializado até fevereiro, atrás de China, União Europeia e Estados Unidos.

Lula também foi ao Japão, e o país propôs ações para acelerar a abertura do mercado à carne bovina brasileira. A demanda histórica dos produtores brasileiros foi um dos temas do encontro entre o presidente brasileiro e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba.

Ishiba sugeriu a formação de um grupo para o acompanhamento do setor e manifestou disposição de enviar especialistas sanitários para coletar informações e avançar mais rapidamente nas próximas etapas de abertura do mercado.

Um dos objetivos da viagem de Lula era, de fato, conseguir o compromisso político do Japão de enviar uma missão técnica para inspecionar as condições da produção de carne bovina do país.

O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa aproximadamente US$ 4 bilhões ao ano. Desse total, 80% são importados dos Estados Unidos e da Austrália, históricos aliados do país. No caso do Brasil, o processo de negociação para exportar a carne bovina ao Japão vem sendo conduzido há mais de 20 anos.

Em maio de 2024, o Brasil se tornou livre de febre aftosa sem vacinação animal. O status abre caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como o Japão e a Coreia do Sul, por exemplo, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação. Por outro lado, o fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados.

O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos, e o último registro da doença ocorreu em 2006. Atualmente, no Brasil, só os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes de Amazonas e Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Processo de exportação

É necessário cumprir requisitos regulamentados pelo Ministério da Agricultura, por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária, para ter acesso ao mercado externo. O principal deles é a obtenção do registro do estabelecimento no SIF (Serviço de Inspeção Federal), que atesta a regularidade sanitária, técnica e legal das instalações e etapas de processo.

Depois da concessão do registro, a empresa deve solicitar habilitação para exportar junto ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Atualmente, ao menos 3.200 estabelecimentos nacionais estão registrados no sistema, com habilitação para exportação. Segundo o governo, qualquer companhia registrada possui autorização para o mercado externo para países que não exigem habilitação específica.

“Outro requisito é o Certificado Zoossanitário Internacional, que é o documento que expressa o acordo sanitário estabelecido entre autoridades sanitárias de países que realizam, entre si, comércio de animais e material de multiplicação animal. Significa que, ao emitir o documento, a autoridade sanitária do país de origem da mercadoria atesta o cumprimento de todas as condições, chamadas requisitos sanitários, que incluem exigências de saúde e bem-estar animal, demandadas pelo país importador”, explica o governo.

FONTE: R7.COM

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