Kilmar Abrego Garcia foi deportado por supostas alegações de envolvimento com gangue nos Estados Unidos — o que depois foi provado não ser verdadeiro
Nesta segunda-feira (14/4), o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, declarou em encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não devolverá aos EUA um imigrante deportado para o país por engano.
No Salão Oval, na Casa Branca, membros do governo Trump afirmaram que não eram obrigados a trazer o salvadorenho Kilmar Abrego Garcia de volta ao país. Mesmo com autorização para trabalhar nos EUA, Abrego foi detido em março e acusado de envolvimento com a gangue MS-13. A defesa do homem negou e o governo estadunidense admitiu o erro na deportação.
A Suprema Corte dos EUA havia ordenado que a administração federal facilitasse o retorno do imigrante deportado. Entretanto, Bukele rebateu que não tem poder de levar Abrego de volta aos Estados Unidos, questionando como ele poderia traficar um terrorista para o país, já que o governo alegou que o homem integrava uma gangue.
A defesa de Abrego argumenta que os EUA não apresentaram nenhuma prova de que o imigrante fizesse parte da gangue. Enquanto isso, Trump chamou repórteres que o questionaram sobre a volta de Abrego ao país de “doentes”.
Além disso, um tribunal de apelações dos EUA rejeitou um pedido do governo para suspender a ordem que exige o país a facilitar o retorno de Abrego, alegando a falta de provas da relação criminosa.
O imigrante foi enviado ao Centro de Confinamento do Terrorismo em El Salvador em 15 de março. Um juiz de imigração já havia concedido proteção a Abrego contra a deportação, devido a possibilidade de violência de gangues em El Salvador. Ele tem uma permissão de trabalho nos EUA.
Diversos manifestantes protestaram em frente a Casa Branca antes da reunião de Trump e Bukele. Entre eles, estava a esposa de Abrego, uma cidadã norte-americana.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE